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Pré-Eclâmpsia: a doença que aparece na gravidez e pode atingir qualquer mulher!

São Paulo, 24 de janeiro de 2025

Pré-Eclâmpsia: a doença que aparece na gravidez e pode atingir qualquer mulher!

Maria Laura Costa do Nascimento
Maria Rita Mesquita
Rosiane Mattar
Silvana Maria Quintana

A pré-eclâmpsia ainda é a principal causa de mortalidade materna no Brasil e grande responsável por complicações diversas para mãe e bebê, no curto e longo prazo. Se cada um de nós perguntar em casa, certamente iremos identificar algum familiar com histórico de pré-eclâmpsia, uma vez que atinge até 10% das gestações. O assunto ganhou visibilidade ao longo da semana, após a internação de uma pessoa famosa com este diagnóstico. É importante compartilhar informações que possam ajudar gestantes a identificar fatores de risco para a doença e também sinais de alerta para gravidade. Precisamos lutar para reduzir o impacto da pré-eclâmpsia, pois no Brasil, cerca de 300 mulheres morrem todo ano com essa complicação.

Dentre os principais fatores de risco clínicos para pré-eclâmpsia estão: antecedente de pré-eclâmpsia em gestação prévia, hipertensão arterial crônica, obesidade, diabetes antes da gravidez, doenças autoimunes (como lúpus), gestação múltipla, reprodução assistida (fertilização in-vitro). Ainda existem fatores de risco moderados como: primeira gestação, idade materna avançada (>35 anos), antecedente familiar (mãe, irmã) de pré-eclâmpsia, antecedente de gravidez anterior com complicação (como descolamento de placenta ou baixo peso ao nascimento) e intervalo entre partos superior a 10 anos. Para mulheres que possuem fatores de risco, a primeira orientação é programar a gestação, no melhor do seu controle clínico e com supervisão médica. Uma vez gestante, podemos utilizar intervenções para prevenção, como o uso de aspirina, cálcio e realização de atividade física regular. Um pré-natal de qualidade é fundamental para o acompanhamento.

A pré-eclâmpsia não é uma complicação fácil de explicar e pode ter diferentes manifestações clínicas. Consideramos o diagnóstico na segunda metade da gravidez (a partir de 20 semanas), quando ocorre o aparecimento de hipertensão arterial (medidas de pressão acima de 140x90mmHg) e acometimento de algum outro órgão, que pode ser rim, fígado, sistema nervoso, ou ainda acometimento da placenta, prejudicando as trocas entre mãe e bebê. Geralmente a doença aparece no final da gravidez e pode surgir sem muitos sintomas (por isso a importância do acompanhamento pré-natal). Alguns sinais de alerta devem chamar a atenção das gestantes e familiares: ganho de peso, inchaço (especialmente no rosto e mãos), dor de cabeça persistente, dor abdominal, náusea/vômitos, alteração visual ou falta de ar. Diante de qualquer um destes sinais, é preciso medir a pressão arterial e procurar assistência médica. Vale lembrar que a pré-eclâmpsia não é indicação de cesárea e que o parto depende da avaliação de cada gestante/bebê.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maior o risco de complicações, de recorrência e de gravidade. Dentre os quadros mais graves estão a Síndrome HELLP (indica alterações de vários órgãos) e eclâmpsia (quando apresenta convulsões). Neste cenário, o encaminhamento para maternidades de referência, uso adequado do sulfato de magnésio (medicação para evitar convulsões), controle da pressão arterial e monitorização rigorosa (da mãe e do bebê) para definir o melhor momento do parto são fundamentais.

 

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